Pelo plano, a rede cicloviária é dividida em duas frentes. A Rede Metropolitana, de responsabilidade do Estado, terá 244 quilômetros de ciclovias distribuídas pelos municípios da RMR. Já a Rede Complementar, que será viabilizada pelas prefeituras, terá 346 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. “Cento e sessenta e seis vias serão objetos de intervenção com esse projeto. Atualmente, a Região Metropolitana só tem 67,4 quilômetros de rede cicloviária”, afirmou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.
Para elaborar o plano, o governo gastou R$ 637 mil em uma pesquisa de mobilidade realizada em 74 pontos do Grande Recife. Ao todo, foram aplicados 2.804 formulários. De acordo com o levantamento, 58% dos ciclistas responderam que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte para ir ao trabalho. A maioria dos entrevistados – 77% - é formada por trabalhadores. Os estudantes – 13% - aparecem em segundo lugar entre os que usam bicicleta. O estudo ainda revelou que as viagens com esse meio de transporte ocorrem com maior frequência entre 7h e 8h e 17h e 18h.
“O que nos chamou a atenção é que 76% dos ciclistas disseram que não fazem integração com outro sistema de transporte. Por isso, a necessidade de implantação dos bicicletários”, afirmou Danilo Cabral. O plano foi elaborado por autoridades, especialistas da área e grupos de pedal da RMR ao longo de oito meses. A formatação foi realizada pelo Consórcio Tectran (empresa com sede em Belo Horizonte) e Idom (empresa com sede em São Paulo).
Durante a cerimônia, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, comentou que o uso da bicicleta na RMR é um desejo de milhares de pessoas. “Estamos enfrentando um modelo que o país adotou e vem incentivando, que é o carro como único meio de transporte. Ainda este mês, vamos fechar vias para carros e transformá-las em vias de pedestres. Ao todo, 12 rotas no Recife serão integradas a esse novo plano”, garantiu.
Para elaborar plano, governo gastou R$ 637 mil em
pesquisa de mobilidade realizada em 74 pontos do Grande
Recife (Foto: Alexandre Morais / G1)
Requalificação da PE-15
O governador
Eduardo Campos disse que “é hora de repensar” o plano de mobilidade e também criticou o incentivo ao uso do carro. “A cidade hoje é totalmente diferente. Hoje a carga tributária da bicicleta é de 40% e a do carro, de 32%. Temos um IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] para o carro 1.0 de 3,5%. Já teve tempo em que o IPI foi zero. Já o IPI para as bicicletas é de 10%. Esse padrão que
táaí já deu o que tinha que dar”, afirmou, em mais uma alfinetada contra o governo federal.
Campos ainda lançou o edital de licitação para a requalificação da PE-15, rodovia que liga os municípios de Olinda e
Abreu e Lima. A ciclovia bidirecional da rodovia, com 11,5 quilômetros, também será revitalizada, conforme o projeto. Ao custo de R$ 14 milhões, a obra prevê novas calçadas e acesso para cadeirantes.
“A requalificação da PE-15 já está em curso, estamos fazendo os corredores centrais de ônibus [de BRT – Bus Rapid Transit], estações de passageiros, e agora autorizamos a qualificação da ciclovia para integrar bicicleta e ônibus como modais importantes para a vida do povo da Região Metropolitana. As estações serão climatizadas, seguras, filmadas”, acrescentou o governador.
O cronograma prevê o fim do processo licitatório da obra para março, a assinatura da ordem de serviço para abril e a conclusão dos trabalhos na rodovia em outubro. "Os barcos que estão sendo projetados para o Rio Capibaribe [rede de transporte fluvial] vão ter espaço para o passageiro levar as bicicletas, assim como os ônibus que vão circular nos corredores", finalizou o governador
.
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